Pesquisa realizada pela Clínica de Oftalmologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, ligada à Secretaria de Estado da Saúde, revelou que 29,4% dos pacientes que procuram atendimento de emergência no hospital utilizam, como primeira conduta, receitas caseiras para a cura de doenças oftalmológicas como conjuntivite, terçóis e traumas graves. A pesquisa envolveu 561 pacientes e foi realizada em 2006.
A conclusão da pesquisa demonstra que a automedicação é uma prática generalizada entre os pacientes, independentemente do nível de escolaridade, idade, sexo e gravidade do quadro clínico.
Dentre os produtos utilizados pelos pacientes está a água de torneira com sal ou com açúcar, água benta, ervas (como alecrim e arruda), xampu, complexos com chás e gelo, leite materno e até mesmo urina. O uso do soro fisiológico e da água boricada sem prescrição médica também foi citado pela grande maioria dos pacientes.
Segundo os oftalmologistas, o uso de produtos caseiros e de remédios industrializados sem orientação médica pode contribuir para a piora do quadro clínico e prognóstico do tratamento.
A prática do uso do chá ou água de torneira com sal ou açúcar, por exemplo, facilita a infecção dos olhos por fungos, bactérias ou parasitas que podem causar úlceras de córnea com danos oculares irreversíveis e até mesmo a cegueira.
O soro e a água boricada, apesar de serem considerados pela população como produtos neutros, têm contra-indicações. Isso porque a manipulação inadequada e a demora no consumo propiciam a proliferação de microorganismos.
“É muito importante que as pessoas não se automediquem, mas que procurem um serviço especializado que poderá indicar o melhor tratamento, evitando problemas futuros”, afirma Regina Souza, pedagoga autora da pesquisa e especialista na reabilitação de deficientes visuais.
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